Na 35ª edição da Expointer, durante a realização da sessão plenária na Casa da Assembleia Legislativa no Parque de Exposições, de Esteio, na tarde da terça-feira, dia 28, o deputado Alceu Barbosa (PDT) abordou no Grande Expediente a tradição do gaúcho no uso da erva-mate e do chimarrão, prestando homenagem aos 70 anos do Sindicato da Indústria da Erva-Mate (Sindimate).
A Associação Gaúcha de Municípios (AGM) esteve presente no ato. A entidade esteve representada pela assessora da presidência, Izabel Paludo.
Erva-Mate
Produto de destaque no agronegócio, mais de 13 mil pequenos agricultores familiares cultivam em torno de 30 mil hectares de erva-mate, que cresce até mesmo no meio de florestas, revelou o parlamentar. Na industrialização, pelo menos 200 empresas geram empregos diretos e indiretos. Ilópolis e Arvorezinha concentram 35% da produção gaúcha, do total de 267 municípios que cultivam a erva em 30.678 hectares. Em Venâncio Aires está sediada a Escola do Chimarrão. Da produção mundial de 500 mil toneladas anuais, 200 mil é proveniente do Brasil. “A erva-mate pode substituir de forma gradativa a cultura do fumo como uma opção rentável aos nossos produtores”, disse Barbosa, provando com os números essa possibilidade: com o consumo em alta, as exportações brasileiras em 2011 para 30 países alcançaram 60 milhões de dólares. O Rio Grande do Sul responde por 59,1% das exportações, seguido de Santa Catarina (26,8%) e Paraná (13,1%). Para o Uruguai é destinado 94,8% da produção de erva-mate, que vai também para o Chile (2,2%) e Espanha (1,1%).
Às vésperas da Semana Farroupilha e nos preparativos para a Copa de 2014, Alceu Barbosa enumera as oportunidades para a promoção do típico produto gaúcho, que simboliza a unidade nas rodas que se formam para sorver o mate e ganha apelidos como chimarrão primavera ou formigueiro. E tem regras rígidas, como a proibição solene de mexer na bomba. Com reconhecidas propriedades medicinais, a erva-mate avançou como produto industrial e há 70 anos foi formado o Sindicato das Indústrias do Mate do Rio Grande do Sul, o Sindimate. Em 1942, a forte concorrência de Santa Catarina, Paraná e Mato Grosso determinou a profissionalização do setor, cuja carta sindical foi assinada pelo ministro do Trabalho, Indústria e Comércio de Getúlio Vargas, Marcondes Filho. “Neste momento, a reivindicação dos produtores é o retorno do produto à cesta básica do gaúcho, e a criação do Fundo Estadual do Mate”, resumiu Barbosa, lembrando que recentemente houve uma readequação no crédito interestadual do ICMS. Para assegurar a qualidade do produto, foi firmado convênio entre a EmaterRS e a Universidade Regional Integrada do Alto Uruguai e Missões (URI), com apoio do Sindimate e Associação dos Proprietários das Indústrias de Produção de Mate do Alto Uruguai (Indumate). A ideia é adotar procedimentos modernos que garantam a obtenção do Selo de Qualidade, antecipou Barbosa, que encerrou sua manifestação com a Oração do Chimarrão.
O presidente da Assembleia Legislativa, deputado Alexandre Postal (PMDB), conduziu os trabalhos, ao lado do atual deputado federal e ex-presidente do legislativo gaúcho, deputado Giovani Cherini (PDT), e do presidente do Sindimate, Alfeu Strapasson, do representante do ministério da Agricultura, Pecuária e Cooperativismo, Francisco Signor, e do representante da secretaria estadual de Agricultura, o presidente da Fepagro, Danilo dos Santos. Durante os apartes, se manifestaram os deputados João Fischer (PP), Dr. Basegio, (PDT), Raul Carrion (PCdoB), Heitor Schuch (PSB), e Edson Brum (PMDB).
Fonte: AL-RS
Foto: Marcos Eifler | Agência ALRS